#115. A tênue fé e mordomia

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#115. A tênue fé e mordomia

Quem é Deus? O que é fé? Ele é o patrão, nós somos Seus mordomos.
Estar convicto do que não se vê. Fé. Em conceitos abstratos, se fixar apesar de dúvidas. Tudo isso faz parte do trilhar com Deus. O que afinal é caminhar com Deus?! Privo-me da resposta por cada um ter a sua jornada. Há quem ande com um Deus gracioso, outros com um punitivo. Ora com alegria, ora com tristeza. Seja como for, fato é que a gente caminha.

Nunca me obriguei a eliminar dúvidas. Não seria elas o alimento da fé? Pois ainda que não entendamos, “continuamos a nadar”, como a Dory um dia recomendou.  Ouvimos por aí que a fé move o sobrenatural, atrai milagres. Já sentiu a fé frustrada? É o que acontece por a depositarmos em nós. Tão pequena, não passa de uma simples estimulação a vida cristã, onde eu sou algo, meu nome tem valor, minha oração poderosa em Deus. Atribuímos fé ao que projetamos de Deus em nós mesmos e aí encontramos o engano.

Deus não é obrigado a nos responder. A abençoar nosso dia, direcionar, fazer tudo que queremos, tudo que pedimos. A verdade é que Cristo não tem necessidade em nos perdoar, quando este é Filho de Deus, o EU SOU. Mas investimos numa tola ilusão de que ele há de descer do Céu e mover. Pelo nosso mérito responder orações. Enganamos-nos dizendo que é para que a Sua glória se mostre. Bobagem! Fizemos do Patrão o mordomo. 

Acreditar em Deus não faz dEle nosso servo. Ter uma vida santa e reta não é a garantia de receber tudo que pedirmos. Por isso nos encontramos tantas vezes chateados, magoados com Deus. Colocamos nEle a responsabilidade de se mover conforme a nossa oração. Mas esta posição cabe é a nós. Quem encontra direção na conversa divina somos nós, não o Senhor.  Quem dita sobre nós é Cristo, não nós mesmos. Estamos intrínsecos aos sentimentos de independência, dominação, narcisismo, prontos a todo instante a governar a nós e aos outros e com isso distorcemos a fé. 

Fé que agrada a Deus é a provida de desprendimento. É você poder olhar a vida com seus olhos, mas fazer isso com os do Senhor. Podendo decidir todos os seus dias, entregá-los a caneta do Autor. Deixar os impulsos do coração pelo verdadeiro Amor. E saber que nada disso impõem a Deus qualquer tipo de responsabilidade que este não queira. Pois tudo que Ele faz é favor. Devemos sim ter ousadia no pedir, tudo consagrar e fervorosamente clamar. Mas quando o momento passar, sem constrangimento voltar a nossa humilde condição de pó. Pó que é soprado pelo Fôlego de Vida quando este o quer, onde quer.  
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